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Rochas esculpidas por 180 milhões de anos formam 'floresta de pedras' em parque do Paraná; conheça

Rochas esculpidas ao longo de 180 milhões de anos formam 'floresta de pedras' em parque Rochas que foram sendo esculpidas ao longo de 180 milhões de anos pela...

Rochas esculpidas por 180 milhões de anos formam 'floresta de pedras' em parque do Paraná; conheça
Rochas esculpidas por 180 milhões de anos formam 'floresta de pedras' em parque do Paraná; conheça (Foto: Reprodução)

Rochas esculpidas ao longo de 180 milhões de anos formam 'floresta de pedras' em parque Rochas que foram sendo esculpidas ao longo de 180 milhões de anos pela ação da natureza formam o que parece uma "floresta de pedras" no Parque Vila Velha, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná. Chamados de arenitos, os blocos são constituídos por sedimentos e chegam a passar de 30 metros de altura – o equivalente a um prédio de 11 andares. 🌊🪨A beleza natural da formação rochosa, explicada popularmente por uma lenda, remonta ao período em que a região foi coberta por mar. ✅ Siga o g1 Ponta Grossa e região no WhatsApp O ponto turístico, amplamente conhecido no estado, recebe em média 70 mil visitantes ao ano, que vêm de outras cidades, estados e até países para conhecer os vestígios da época em que o mundo era formado por apenas dois grandes continentes, conforme explica o geógrafo Átila Cristian Santana. Saiba mais abaixo. A Taça é o arenito mais famoso, usado como símbolo do parque e até da cidade de Ponta Grossa Rodrigo Felix Leal/AEN No local, além de ver de perto os arenitos, é possível conhecer diversas furnas – cavernas verticais de até 100 metros de profundidade que são ligadas entre si e a uma grande lagoa por meio de águas subterrâneas. É necessário ingresso para acessar o parque. Saiba mais abaixo. O público também pode fazer ecoturismo e praticar atividades esportivas como arvorismo, tirolesa, cicloturismo e ainda voar de balão ou observar as estrelas sob a luz da Lua. A unidade de conservação ambiental possui, ao todo, mais de 3,8 mil hectares, área equivalente a mais de 5,3 mil campos de futebol. Ela abriga uma grande diversidade de fauna e flora, incluindo espécies ameaçadas de extinção, como o puma ou onça suçuara (Puma concolor), o lobo guará (Chrysocyon brachyurus) e a águia-cinzenta (Urubitinga coronata), por exemplo. O parque fica às margens da BR-376, a cerca de 100 km de Curitiba, nas proximidades do maior entroncamento rodoferroviário do Paraná. Para Irapuan Cortes, diretor-presidente do Viaje Paraná, órgão de promoção turística estadual, o parque Vila Velha é um indutor do turismo, por unir a visitação às experiências. “O Vila Velha é um importante ponto turístico e grande indutor de fluxo para Ponta Grossa e região dos Campos Gerais. É um atrativo que tem parte de sua administração feita pelo Governo do Estado e tem colhido bons frutos disso, sobretudo, em taxas de visitantes, além de ter ficado entre os 10% de atrativos mais bem avaliados da plataforma mundial de viagens Trip Advisor neste ano. A variedade no parque é um convite aos visitantes e essencial para as agências de viagens na hora de venderem um roteiro pelo Paraná”, ressaltou ele ao g1. Infográfico: arenitos formam 'floresta de pedras' no Paraná Arte g1 Navegue nesta reportagem: 🪨Como os arenitos foram formados 🚶🏻‍➡️Atrações do parque 🔮Lenda do local 🎫 Como visitar o Parque Vila Velha 🪨 Como os arenitos foram formados Parque Vila Velha, em Ponta Grossa (PR) José Fernando Ogura/AEN Atualmente o Parque Vila Velha se encontra a uma altitude entre 794 e 916 metros acima do mar. No entanto, há 300 milhões de anos, a região era coberta por um mar interior – um tipo de mar que se ligava ao oceano por canais estreitos. Na época, o local ficava no supercontinente do sul chamado de Gondwana, que reunia o que hoje chamamos de América do Sul, África, Antártida, Oceania e Índia. O geógrafo Átila Cristian Santana explica que, na separação dos continentes, houve um levantamento do terreno através de um evento tectono-magmático, ou seja, que envolveu o movimento das placas tectônicas e a solidificação da lava chegou à superfície em meio a isso. Depois, vieram as glaciações e tudo se transformou num mar de gelo. Após alguns milhões de anos, o gelo derreteu e arrastou e juntou os pedaços de rochas e depósitos de areia deixados pelo extinto oceano, resultando nos atuais arenitos. Parque Vila Velha, em Ponta Grossa (PR) Gilson Abreu/AEN O geógrafo complementa que, embora a estrutura das rochas remonte a milhões de anos, os formatos vistos atualmente foram formados há poucos milênios pela erosão. "A 'Vila Velha', em especial, é um 'morro testemunho'. O que seria esse testemunho? Significa que as rochas encontradas ali recobriam uma superfície maior num passado geológico, mas que por influência de diversos fatores o restante foi erodido, restando a Vila Velha e outros locais que faziam parte da 'estratigrafia' [conjunto de rochas]". O profissional ressalta que, pensando em rochas sedimentares no geral, cada arenito tem uma história única, carregada por todos os aspectos envolvidos na sua formação - desde a origem dos sedimentos até a forma e ambientes pelos quais eles foram transportados, tipos de lugares onde foram depositados, entre outros detalhes. "Considerando todos esses fatores, a Vila Velha é um lugar muito especial, porque isso tudo pode ser visto e interpretado ali nos arenitos, numa exposição muito didática", ressalta Santana. Galerias Relacionadas 🚶🏻‍➡️ Atrações do parque ➡️ ATRAÇÕES NATURAIS Trilha dos arenitos: caminhada em meio aos mais de 50 blocos de rochas sedimentares. O nível de dificuldade da trilha é considerado leve, e moderado para quem quer estender a visita à trilha do bosque. O percurso possui acessibilidade especial até a Taça, o arenito mais famoso e que é usado como símbolo do parque. Parque Vila Velha, em Ponta Grossa (PR) Divulgação/Soul Parques Trilha da Fortaleza: 13 km de caminhada, passando por fósseis marinhos, arenitos e outras paisagens, e terminando na cachoeira do Rio Quebra Perna. O percurso não possui acessibilidade especial e só pode ser feito por pessoas com mais de 15 anos de idade que não tenham restrições de mobilidade. O nível de dificuldade é considerado moderado, e o ingresso é diferenciado. Parque Vila Velha, em Ponta Grossa (PR) Divulgação/Soul Parques Furnas: passeio pela área superior de grandes cavernas verticais de até 100 metros de profundidade. Não há acessibilidade especial e o nível é considerado leve. O parque está revitalizando um teleférico vertical que, a partir de 2026, vai permitir que os visitantes desçam até o fundo de uma das cavernas. Initial plugin text Lagoa Dourada: contemplação de uma furna assoreada, integrada às outras por águas subterrâneas. Menos profunda e com grande abertura, possui águas cristalinas que formam uma grande lagoa. O passeio possui acessibilidade especial e é considerado leve. Initial plugin text ➡️ATIVIDADES - todas têm ingresso diferenciado Infográfico: o que fazer no Parque Vila Velha Arte g1 Tirolesa: trajeto de 200 metros em cima de uma das furnas em que o visitante atinge velocidade média de 50 km/h. Podem participar pessoas com mais de 1,20 metro de altura e menos de 110 kg. Parque Vila Velha, em Ponta Grossa (PR) Divulgação/Soul Parques Arvorismo: circuito de 120 metros de extensão em meio a copas de árvores, com até 8 metros de altura, composto por 10 atividades diferentes, entre escadas, ponte pênsil, cordas e outros obstáculos. São, em média, 30 minutos com nível de dificuldade considerado moderado. Podem participar pessoas com mais de 1,40 metro de altura e até 110 kg. Initial plugin text Caminhada Noturna: realizada em dias específicos, a atividade possui um percurso de 4 km na trilha dos arenitos. A recepção dos participantes ocorre a partir das 17h30 e a atividade se inicia logo após o pôr do sol, em sábados selecionados especialmente para a melhor visualização do céu noturno do Parque, geralmente próximo das Luas Nova ou Cheia. Parque Vila Velha, em Ponta Grossa (PR) Sergio Mendonça Cicloturismo: percurso de 22 km para fazer com a própria bicicleta. Autoguiado e sinalizado, o circuito passa pela Lagoa Dourada, furnas e arenitos. O nível de dificuldade é considerado de moderado a alto, e podem participar pessoas a partir de 14 anos de idade. Initial plugin text Balão estacionário: voos de, em média, 10 minutos, a uma altura próxima à de um edifício de cinco andares (15 metros). O passeio é disponibilizado aos sábados, domingos e feriados e só é realizado com condições climáticas favoráveis. Não podem participar crianças de 0 a 4 anos e de colo, gestantes e pessoas em período pós-cirúrgico. Parque Vila Velha, em Ponta Grossa (PR) Divulgação/Soul Parques 🔮 Lenda do local Há uma história indígena sobre como as rochas que compõem o Parque de Vila Velha se formaram. Ela é chamada de Lenda de Itacueretaba, nome tupi-guarani do Parque Vila Velha, que significa “Cidade Perdida de Pedra”. Segundo o mito, antigamente o local era uma planície em que habitavam diversas tribos indígenas, algumas rivais uma das outras. Certo dia, o Deus Tupã resolveu guardar um tesouro na região. Então, para proteger o seu segredo, ele formou uma nova aldeia, composta pelos melhores guerreiros indígenas, denominados de Apiabas. Esses guardiões tinham acesso ilimitado a todas as regalias, como caça e pesca - porém, para desfrutar de todos esses benefícios, a única regra que Tupã exigia era que os guerreiros não poderiam se envolver com nenhuma mulher. Quando as tribos rivais souberam desse fato, escolheram a indígena Aracê Poranga para seduzir o chefe dos Apiabas e descobrir onde estaria o tesouro escondido. O elaborado plano deu certo e Dhui, o guardião-chefe foi seduzido por Aracê. Entretanto, os dois acabaram se apaixonando. Após descobrir a traição de seu guerreiro, Tupã ficou furioso, petrificou o casal e provocou um terremoto, que deu origem às rochas. 🎫 Visite o Parque Vila Velha Parque Vila Velha, em Ponta Grossa (PR) Divulgação/Soul Parques Tombado como Patrimônio Histórico e Artístico, o Vila Velha é o primeiro parque estadual criado no Paraná. Atualmente, o espaço está concedido à iniciativa privada, e cobra entrada dos visitantes e ingressos à parte para algumas atrações específicas. Os preços partem de R$ 60. A compra pode ser feita antecipada pelo site do parque. Crianças com menos de 5 anos de idade não pagam entrada. O local fica no km 515 da BR-376 e abre de quarta à segunda-feira das 9h às 17h. No entanto, a entrada só pode ser feita até às 15h e a equipe recomenda que, para que seja possível a contemplação de todos os, os visitantes cheguem até às 13h30. O parque possui estacionamento pago e restaurante. Animais de estimação não são aceitos. Vídeos mais assistidos do g1 Paraná: . Leia mais notícias da região em g1 Campos Gerais e Sul